terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Dia Nacional da Visibilidade das Travestis




Segue a matéria veiculada pela ONU:

"Dez representantes e lideranças das pessoas trans (travestis e transexuais) estiveram na segunda-feira (28) na sede do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em Brasília, para um encontro com os pontos focais HIV/AIDS e LGBT do PNUD e do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS). O objetivo da reunião foi conhecer em detalhes as demandas do grupo para a construção de um plano de trabalho conjunto.
No Brasil, somente no ano de 2011, foram registradas 6.809 denúncias de violações de direitos humanos da população LGBT. Em 2012, 86 travestis foram assassinadas com requintes de crueldade.
“Esses números são preocupantes, mas também nos chamam a atenção para o fato de que nao é somente a violência física que vitima a população LGBT no Brasil”, diz Joaquim Roberto Fernandes, oficial de programa do PNUD, ponto focal para as temáticas HIV/AIDS e LGBT. “A população LGBT é constantemente excluída do exercício de vários direitos humanos fundamentais, tais como o direito ao trabalho, o direito à educação, o direito à saúde”, explicou.
Ao longo do encontro, o PNUD – no papel de promotor dos direitos humanos da comunidade LGBT – reafirmou o compromisso de apoiar e incentivar a sociedade civil na luta contra a homo-lesbo-transfobia.
“Este foi um compromisso que  assumimos no último Entlaids (Encontro Nacional de Travestis e Transexuais que Atuam na Luta contra a AIDS) que aconteceu no ano passado aqui em Brasília”, conta Fernandes. “Vamos trabalhar juntos pela redução das desigualdades, a garantia direitos humanos e a promoção do desenvolvimento”, completou.
Segundo a Presidente da Associação de Travestis e Transsexuais (ANTRA), Cris Stefanny, este intercâmbio é essencial para que o movimento se fortaleça em todo o país e ganhe mais elementos com os quais trabalhar para a promoção dos direitos das pessoas trans. “Precisamos, por exemplo, de dados estatísticos mais precisos sobre a população trans, como ela vive, quem está atualmente vivendo com HIV, quem tem acesso aos serviços básicos de saúde e ao tratamento”, ressaltou. “O que recebemos de telefonemas, reclamações e denúncias nos dão a certeza de que os números são muito maiores e precisamos comprovar isso”, diz.
Travestis e transexuais muitas vezes não concluem o ensino fundamental pela falta de reconhecimento do seu nome social e pelas constantes humilhações a que são submetidas nesse contexto. O resultado é a redução da autoestima, o abandono da escola, a inserção no mercado informal de trabalho visando a sobrevivência e o enfrentamento constante de situações de risco e outras vulnerabilidades.

“Estes fatores contribuem para excluir a população LGBT do processo de desenvolvimento humano, já que ele está atrelado às oportunidades de aprimoramento das capacidades de cada pessoa e oportunidades de ser quem eles e elas são, e de fazer o que querem como seres humanos”, explica Angela Pires Pinto, ponto focal para HIV/AIDS do PNUD.
Dia Nacional da Visibilidade das Travestis
O dia 29 de janeiro é marcado com a comemoração do Dia Nacional de Visibilidade das Travestis. Este dia foi reservado para esta temática há nove anos, quando o Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde lançou a campanha “Travesti e Respeito”, com o objetivo de sensibilizar profissionais de saúde e motivar travestis e transsexuais ao exercício da cidadania e do respeito mútuo.
Segundo o Ministério da Saúde, pela primeira vez uma travesti será protagonista de uma campanha de Carnaval. “Em um dos cartazes que serão veiculados pelo País, um rapaz e uma travesti aparecem juntos como um casal, pulando Carnaval. A ideia é mostrar que esse tipo de situação é normal e que o único problema em qualquer relação de Carnaval é esquecer do uso da camisinha”, explica o site do Ministério." 

Notas:
  1. PNUD: http://pnud.org.br
  2. UNAIDS: http://www.unaids.org.br
Link permanente: http://www.onu.org.br/pnud-reforca-apoio-as-pessoas-trans-na-promocao-dos-direitos-humanos/



REFERÊNCIAS:

DIA NACIONAL DE VISIBILIDADE TRANS: 29 DE JANEIRO.MP4. in: YOUTUBE. Publicado em: 25 de janeiro de 2013. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Wc3_fxLPpL4> Acesso em: 12 de fevereiro de 2013.

FILOSOFIA, POR MARIA GADU. in: YOUTUBE. Publicado em: 22 de julho de 2010. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=A8_hnnMF108> Acesso em: 12 de fevereiro de 2013.

PNUD REFORÇA APOIO ÀS PESSOAS TRANS NA PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. in: ONUBR - Nações Unidas no Brasil. Publicado em: 29 de janeiro de 2013. Disponível em: <http://www.onu.org.br/pnud-reforca-apoio-as-pessoas-trans-na-promocao-dos-direitos-humanos/> Acesso em 12 de fevereiro de 2013.



domingo, 10 de fevereiro de 2013

Philosopher - Yellowstone



Por várias vezes já me peguei imerso em pensamentos, refletindo acerca de como as pessoas percebem, pensam ou queriam que fosse o mundo. Não pretendo fazer aqui uma abordagem do sistema desenvolvido por Hume, Kant, ou tantos outros filósofos patenteados, mas apenas falar do que as vezes perpassa meus pensamentos... uma conversa, nos moldes daquelas que temos quando nos sentamos com um amigo na borda da calçada e olhando as enigmáticas estrelas que compõem o céu, perpassamos a noite conversando sobre possibilidades e verossimilhanças. Mas retomando... vejo o mundo de possibilidades que crio em pensamentos; "Como é o mundo pra mim?", "O que é o mundo pra mim?", "Como poderia ser o mundo?", "Como pode ser o mundo?"... entre tantas outras questões. Desço de minha 'bike' abro os olhos e vejo o mundo e os olhos da alma deixam de buscar a perfeição das Ideias e nesta confusão tento me encontrar. Nesta viagem planar tento desempenhar o papel do demiurgo, contemplando as Ideias e com a matéria que me é disponível modelando este mundo físico e sensível. Porém na figura deste artesão, que contempla  o Ideal e tenta reproduzi-lo, acabamos sofrendo pela falta de lugar, a falta de apoio para os pés, semelhante ao qual Descartes reclama ser necessário à Arquimedes, para que este sustente o mundo em suas costas; é como poder 'olhar' o Inteligível e modelar o Sensível, porém estar no espaço vazio, que na condição desse intermediador acabamos como o pedreiro (artesão) que levanta um alto edifício e não pode desfrutá-lo, mencionado por Zé Ramalho na canção "Cidadão"  e, por outro lado, o músico profissional que acessa a ideia e esteticamente a representa, mas acaba não há vivendo, pois esta torna para si uma mercadoria. Talvez, seja está a alegria e o sofrimento do filósofo, idealizar um mundo melhor, porém não conseguir acessá-lo, mas ainda tendo uma forte convicção de que não alcançará o seu ideal, se esforça ao máximo para torná-lo o mais verossimilhante possível. Em certa medida, acredito eu, cada ser humano tem um pouco deste filósofo dentro de si, ainda que falo aqui de modo alegórico, pois na busca de cada um à seus interesses particulares praticamos aquilo que acreditamos ser o mais próximo de um ideal, embora muitas vezes nos afastamos em vez de nos aproximarmos; isto na Ética, na Política, na Estética, na Teologia e assim por diante... mesmo que a filosofia não tenha pretensões particulares como a ciência. Talvez seja esta uma das questões que o filósofo ou a filósofa irá se deparar... a luta com seu íntimo, a relação com o seu externo e como diria Dilthey a constante luta com o enigma da vida.

Marcelo Silva.