segunda-feira, 2 de abril de 2012

Sobre Cândido ou o otimismo

  Cândido ou o otimismo. 



Saudações pensador@s livres...
Para falar da arte de se expressar livremente e de como ela atravessa os tempos, um bom exemplo, é o filosofo parisiense François-Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire.
Voltaire (1694-1778), escritor, ensaísta, poeta, deísta e filósofo iluminista francês, durante sua vida fez duras críticas à igreja e à monarquia; chegando a ficar preso duas vezes por defender a liberdade de expressão. Satírico voraz chegou a ficar exilado na Inglaterra por ter como alvo expressão máxima da nobreza francesa de sua época (O regente Luis XIII).
Voltaire dialogou com os maiores nomes de sua época, lançou críticas sarcásticas a grandes pensadores como Leibniz e Rousseau, objetivando na maioria das vezes a liberdade civil, liberdade religiosa e até mesmo a liberdade de comércio. De temperamento áspero e condição financeira favorável, Voltaire conheceu várias cidades da Europa e em uma dessas viagens pode conhecer o filosofo inglês John Locke.
E uma das expressões mais marcantes deste pensador é a sua obra “Candido ou o otimismo” onde é possível notar uma dura crítica a uma sociedade utilitarista nos moldes capitalista, se comparada aos dias atuais. Através de Cândido, o personagem protagonista desta obra, percebe-se a contradição colocada nos conceitos de pensadores como Rousseau e sistemas metafísicos, como o de Leibniz, ao tratarem da natureza humana e o melhor dos mundos possíveis.
Como tratar do otimismo em um mundo que parece perfeito, mas o que se deseja nem sempre acontece? Seria possível, levando em conta a natureza humana, construirmos uma “Eldorado”?  E uma pessoa como Cândido (ingênuo), que acredita na bondade e no melhor dos mundos possíveis, esta fora da realidade a qual vivemos?
Ao ler esta obra podemos fazer várias destas indagações e muitas outras. Você acredita que este é o melhor dos mundos possíveis? Se não, que a raça humana está condicionada à barbárie? Você acha que nossa realidade é determinista?
Todos estes questionamentos são questões que atravessam os séculos, mas que merecem sempre respostas novas!

3 comentários:

  1. Da uma discussão legal... essa questão do bom ou não por natureza.

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  2. Ótima iniciativa de criar o blog, Marcelo. Estarei sempre aqui discutindo os textos. Sou amante desatinado da filosofia, você sabe.

    Quanto a possibilidade da construção de outro mundo, nunca é demais lembrar que a construção deste já é somente uma construção, passível de ser desconstruída. Mas prefiro não cair nas dicotomias: barbárie/civilização, utopia/realidade. Me parece que esses não são problemas extrínsecos as nossas próprias invenções de problema. O mundo pode ser bem simples, mas temos uma "tendência" a complexificá-lo tanto que as vezes antes de resolver uma "questão" é melhor se desembaraçar dela.

    Por último: não acredito em natureza humana! É uma contradição. Se é natural não é humano, se é humano não é natural.

    Abraços!

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  3. Seja bem vindo Muniz.
    A ideias de desconstrução é interessante e se faz necessária, com os devidos cuidados na hora de construir... quanto à "complexidade", está é como a crítica feita por Hume, ou seja, marchemos direto para o castelo (o centro da questão), ao criticar a metafísica que parece ser um poço sem fundo em que se tenta secar com uma colher de chá. Em seu posicionamento final, senti um cheirinho nietzscheano... rs,rs,rs! (não fique bravo)

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