quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Para quem acredita na estrela cadente, para quem pede com sinceridade: uma poesia de quem também pediu e refletiu sobre um raio de luz no céu.
Porque tudo começa com um pedido, um desejo..


Ápice - Mário de Sá-Carneiro

O raio de sol da tarde
Que uma janela perdida
Reflectiu
Num instante indiferente -
Arde,
Numa lembrança esvaída,
À minha memória de hoje
Subitamente...

Seu efémero arrepio
Ziguezagueia, ondula, foge,
Pela minha retentiva...
- E não poder adivinhar
Por que mistério se me evoca
Esta idéia fugitiva,
Tão débil que mal me toca!...

- Ah, não sei por quê, mas certamente
Aquele raio cadente
Alguma coisa foi na minha sorte
Que a sua projeção atravessou...

Tanto segredo no destino duma vida...

É como a idéia de Norte,
Preconcebida,
Que sempre me acompanhou...

2 comentários:

  1. O Céu e seus astros são como um mapa que podem te levar aonde você desejar.
    Que poesia linda!

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    1. Que bom que gostou da poesia, achei que para uma primeira publicação tinha que ser algo que remetesse ao "início" das realizações do desejo.
      Sobre o autor, a cada poesia que descubro fico ainda mais encantada. Sá Carneiro é magnífico, à frente de seu tempo.

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